quinta-feira, 18 de abril de 2019

REALIZADO NO DIA 30/03/2019 COM OS TEMAS: KARDEC E O CALCANHAR DE AQUILES/ NOSSOS TEMPERAMENTOS. FACILITADORES: ANNE ROSE VEIGA E EMÍLIA SANTANA










A SERVA NERVOSA
A Senhora Mercedes Nunes, desde muito chamada à tarefa espiritual, não se adaptara aos serviços mediúnicos. Os companheiros de Doutrina esforçavam-se para despertar-lhe a noção de responsabilidade e os benfeitores desencarnados rodeavam-na de apelos e incentivos. Dona Mercedes, porém, não se conformava: -Sou extremamente nervosa – costumava dizer-, não me resigno a determinadas situações! vejo-me incapacitada, em vista do sistema nervoso deficiente.
O marido, sumamente devotado aos serviços da caridade cristã, rogava-lhe, com insistência: -Mercedes, por que não nos consagramos à missão da fraternidade e da luz. Por que não nos dedicarmos à sementeira do bem?
Minha saúde não permite. Positivamente, não posso... -É assunto para outra reencarnação...
Nas reuniões doutrinárias era amparada por advertências sublimes.
 -Mercedes, minha filha, -escrevia-lhe a mãezinha carinhosa, que desde muito, a procedera no túmulo ,-vale-te da presente oportunidade para a renovação em Jesus. A reforma interior reclama trabalho, sacrifício e constantes demonstrações de boa-vontade. Colabora, pois, nas edificações do bem, aproveitando o melhor tempo.
O tempo, entretanto, encarregou-se de transformar-lhe a concepção doentia. Quando a velhice lhes bateu a porta, Joaquim, seu marido,  partiu em primeiro lugar. Sentia-se amargurada, sem ninguém. Dirigiu-se ao velho grupo doutrinário, na ânsia de ouvir a mãezinha, de novo. Reuniu-se apenas com a médium da casa e mais duas irmãs. Pedia mensagens mais íntimas, em renovada orientação materna, de modo a solver o seu problema mediúnico. Finda a sentida prece, a genitora prestimosa tomou a palavra com saudações afáveis e doces. Dona Mercedes, em pranto, expôs o martírio do coração atormentado. Queria reapossar-se da clarividência. Aguardava, ansiosa, o instante de rever o esposo inolvidável e contribuir na missão da verdade e da luz. A entidade afetuosa, em terna quietude, deixou que a filha derramasse todo o fel que se lhe represava na alma ulcerada e respondeu, por fim, em voz triste: -Ah! Mercedez; por mais de vinte anos, convidei teu coração à redentora tarefa! Por que te demoraste tanto na decisão? Agora, filha, o dia está quase findo...enferrujou-se a enxada, sem a necessária e bendita utilização. Não quiseste nem mesmo combater as impressões nervosas, vagas e infantis, acreditando mais na moléstia que na saúde. O tempo não podia esperar por ti agora, é necessário que esperes pelo tempo!... -Deus meu! – exclamou a viúva, amargurada – será mesmo impossível? E ante as lágrimas convulsas, respondeu a mãezinha, angustiadamente: -Sim, minha filha, não te posso enganar com o falso conforto, agora, é assunto para outra reencarnação.
XAVIER, Francisco Cândido; Irmão X. Pontos e Contos. 13.ed. Brasília. FEB, 2014

 BELARMINO BICAS
Depois da festa beneficente, em que servíramos juntos, Belarmino Bicas, prezado companheiro a que nos afeiçoamos, no Plano Espiritual, chamou-me à parte e falou, decidido:
– Bem, já que estivemos hoje em tarefa de solidariedade, estimaria solicitar um favor…
Ante a surpresa que nos assaltou, Belarmino prosseguiu:
– Soube que você ainda dispõe de alguma facilidade para escrever aos companheiros encarnados na Terra e gostaria de confiar-lhe um assunto…
– Que assunto?
– Acontece que desencarnei com cinqüenta e oito anos de idade, após vinte de convicção espírita.  Abracei os princípios codificados por Allan Kardec, aos trinta e oito, e como sempre fora irascível por temperamento, organizei, desde os meus primeiros contatos com a Doutrina Consoladora, uma relação diária de todas as minhas exasperações, apontando-lhes as causas para estudos posteriores… Os meus desconchavos, porém, foram tantos que, apesar dos nobres conhecimentos assimilados, suprimi, inconscientemente, vinte e dois anos da quota de oitenta que me cabia desfrutar no corpo físico, regressando à Pátria Espiritual na condição de suicida indireto… Somente aqui, pude examinar os meus problemas e acomodar-me às desilusões… Quantos tesouros perdidos por bagatelas! Quanta asneira em nome do sentimento!…
E, exibindo curioso papel, Belarmino acrescentava:
– Conte o meu caso para quem esteja ainda carregando a bagagem do azedume! Fale do perigo das zangas sistemáticas, insista na necessidade da tolerância, da paciência, da serenidade, do perdão!  Rogue aos nossos companheiros para que não percam a riqueza das horas com suscetibilidades e amuos, explique ao pessoal na Terra que mau-humor também mata!…
Foi então que passei à leitura da interessante estatística de irritações, que não me furto à satisfação de transcrever: Belarmino Bicas – número de cóleras e mágoas desnecessárias com a especificação das causas respectivas, de 1936 a 1956:
1811 em razão de contrariedades em família;
906 por indispor-se, dentro de casa, em questões de alimentação e higiene;
1614 por altercações com a esposa, em divergências na conduta doméstica e social;
1801 por motivo de desgostos com os filhos, genros e noras;
11 por descontentamentos com os netos;
1015 por entrar em choque com chefes de serviço;
1333 por incompatibilidade no trato com os colegas;
1012 em virtude de reclamações a fornecedores e lojistas em casos de pouca monta;
614 por mal-entendidos com vizinhos;
315 por ressentimentos com amigos íntimos;
1089 por melindres ante o descaso de funcionários e empregados de instituições diversas;
615 por aborrecimentos com barbeiros e alfaiates;
777 por desacordos com motoristas e passageiros desconhecidos, em viagem de ônibus, automóveis particulares, bondes e lotações;
419 por desavenças com leiteiros e padeiros;
820 por malquistar-se com garçons em restaurantes e cafés;
211 por ofender-se com dificuldades em serviços de telefones;
90 por motivo de controvérsias em casas de diversões;
815 por abespinhar-se com opiniões alheias em matéria religiosa;
217 por incompreensões com irmãos de fé, no templo espírita;
901 por engano ou inquietação, diante de pesares imaginários ou da perspectiva de acontecimentos desagradáveis que nunca sucederam.
Total: 16.386 exasperações inúteis.
Esse o apanhado das irritações do prestimoso amigo Bicas: 16.386 dissabores dispensáveis em 7.300 dias de existência, e, isso, nos quatro lustros mais belos de sua passagem no mundo, porque iluminados pelos clarões do Evangelho Redivivo. Cumpro-lhe o desejo de tornar conhecida a sua experiência que, a nosso ver, é tão importante quanto as observações que previnem desequilíbrios e enfermidades, embora estejamos certos de que muita gente julgará o balanço de Belarmino por mera invencionice de Espírito loroteiro.
XAVIER, Francisco Cândido, Irmão X. Cartas e Crônicas. Ed. FEB,1984


KARDEC E O CALCANHAR DE AQUILES

“Todos nós possuímos vulnerabilidades”         

    “ A vida material deixa um vazio na alma”.

“Religião como refúgio, ponto de apoio ou consolação insubstituível”.

“Como atingir uma vida melhor com os vícios da sociedade e o egoísmo?”

“É necessário trazermos o pensamento espírita em sua base kardequiana para fortalecermos nossa união”.

A imperfeição humana é fonte geradora de muitos conflitos”.
ALMEIDA , Jerri Roberto . A Convivência na Casa Espirita. Ed. Francisco Spinelli. 2015. p.15
NOSSOS TEMPERAMENTOS

“A diversidade dos temperamentos se explica pelos qualificativos e incompletudes do espirito em evolução”.
“O temperamento flui de dentro para fora. Representa traços da natureza e da própria essência, peculiar a cada ser humano, agregando-se dos demais componentes formativos da personalidade.”
“O temperamento forte, associado ou não, aos complexos que trazemos dessas e/ou das vivencias passadas, quando não administrado adequadamente, termina por impor barreiras psicológicas e crises complexas, nos terrenos das relações.”
“Conhecimento espirita: pensar sobre questões não resolvidas pelo espirito diante das leis da vida”.
 “Centro Espírita: oficina de sentimentos. Os ensinos ali ofertados, tem alto valor psicológico.”
Os complexos influem de forma determinante na formação do temperamento e da personalidade do espirito reencarnado.”
ALMEIDA Jerri Roberto . A Convivência na Casa Espirita. Editora:Francisco Spinelli. 2015. p.25




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